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O aumento da obesidade entre brasileiros já provoca reflexos nas estatísticas de mortalidade do País. Levantamento feito pelo Ministério da Saúde aponta um crescimento de 10% das mortes provocadas por diabetes mellitus entre 1996 e 2007. A doença, intimamente associada ao aumento de peso, figura como a terceira causa de mortalidade dos brasileiros, atrás de doenças cerebrovasculares (como derrame) ou do coração. Em 2005, ela ocupava o quarto lugar neste mesmo ranking.

"Estamos sentados em cima de uma bomba-relógio", afirmou o ministro José Gomes Temporão, ao comentar os números. Nos próximos dias, ele deverá apresentar à presidente eleita, Dilma Rousseff, o Plano de Enfrentamento da Obesidade, com propostas de ações para serem desenvolvidas por diversas áreas do governo, incluindo, além da Saúde, o Ministério dos Esportes e o da Educação.

A proposta prevê ainda o envio ao Congresso de projetos de lei para melhor regular o tema. Uma das medidas em estudo é tornar nacional a iniciativa de alguns Estados de proibir alimentos muito calóricos e gordurosos nas cantinas das escolas.

"São sugestões para o próximo governo. Esse é um tema urgente, daí a iniciativa", afirmou a coordenadora-geral de Doenças e Agravos Não-Transmissíveis do ministério, Deborah Malta. O diretor do Departamento de Análise e Situação de Saúde, Otaliba Libânio Neto, calcula que mantido o ritmo atual, o Brasil atingirá o mesmo padrão de obesidade da população dos Estados Unidos em 2022.

Além de favorecer a diabetes, a obesidade também é considerada como fator de risco para alguns tipos de câncer - outra doença cujo índice de mortalidade aumentou 4% no País entre 1995 e 2007. Libânio atribui aumento dos casos da doença ao envelhecimento da população e ao sedentarismo.

"No caso das mulheres, há registro de aumento de câncer de mama, associado principalmente à não-amamentação e ao uso de contraceptivos", disse. Para ele, os números mostram a necessidade de se reforçar exames preventivos. Mamografias, no caso das mulheres e exames de próstata, entre a população masculina.

Tendência

Tanto a diabetes como o câncer estão na contra-mão da tendência geral detectada pelo estudo, que é de queda das mortes provocadas por doenças crônicas no País. Entre 1996 e 2007, o grupo que engloba problemas respiratórios e cardiovasculares, além de diabetes e câncer, registrou uma queda nos índices de mortalidade de 17%, o que equivale a uma redução média de 1,4% anual. "É um desempenho bastante significativo, provocado principalmente pelo maior acesso a serviços de saúde, às informações e políticas de prevenção", avaliou Libânio.

A principal causa de morte do País continua sendo as doenças cardiovasculares. Elas respondem por 29,4% dos óbitos declarados. De acordo com o trabalho, na faixa etária entre 10 e 69 anos, morrem mais homens do que mulheres. A tendência muda a partir dos 70 anos, quando a mortalidade do grupo feminino é expressivamente maior.

Libânio atribui esse comportamento estatístico principalmente à maior exposição dos homens a acidentes e violência, que juntos compõem o que é chamado de "causas externas".

Causas externas

As mortes por causas externas apresentam um índice de 66,3 óbitos por 100 mil habitantes. Entre homens, o número de mortes é cinco vezes maior. O índice entre grupo masculino foi de 112,4 óbitos por 100 mil. No feminino, de 21,6 por 100 mil.

Equipe de cirurgia

Dr. HENRIQUE MACAMBIRA CRM 4686
Dr. JAIME SALES CRM 3675
Dr. GLAUCIO NÓBREGA CRM 4049
Dr. PAULO MARCOS LOPES CRM 2511
Dr. RODRYGO NOGUEIRA CRM 12655
Dr. Rodrigo Sales CRM 12698

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