Técnicas

 

Existem várias técnicas cirúrgicas para a obesidade. No Brasil, o Conselho Federal de Medicina estabelece normas seguras para o tratamento cirúrgico da obesidade e regulamentadas técnicas utilizadas pelos cirurgiões bariátricos. Dessas, as técnicas mais utilizadas no mundo são o bypass gástrico e o sleeve (ou gastrectomia vertical).

As cirurgia são realizadas através de videolaparoscopia e de cirurgia robótica, que são métodos pouco traumáticos e que permitem visualização excepcional dos órgãos. Esses métodos proporcionam menos dor e rápida recuperação. A anestesia é geral.


BYPASS GÁSTRICO




É uma cirurgia que existe desde a década de 60 e vem sendo modificada ao longo dos anos devido ao maior conhecimento do complexo sistema neuro-hormonal que regula a fome e a saciedade, para melhorar ainda mais seus resultados.

É a cirurgia bariátrica mais realizada no mundo.

Funciona principalmente, alterando o sistema que regula fome e saciedade através de hormônios produzidos no tubo digestivo. Isso faz com que o comportamento e preferências alimentares fiquem mais próximas a normalidade. Também tem um efeito temporário de restrição alimentar, ou seja, nos primeiros meses após a cirurgia, caso a pessoa esqueça e queira engolir o alimento rápido e em quantidades exageradas, ela poderá sentir desconforto e até vômitos. Outro efeito que contribui para a perda de peso é diminuição da absorção, mas ocasiona necessidade de uso de vitaminas.

Como em qualquer tratamento médico, podem haver efeitos colaterais e as vezes, efeitos não esperados. Geralmente esses efeitos são temporários, com intensidade variável, e muitas vezes relacionados a erros alimentares e ao abandono do acompanhamento especializado. Os mais comuns: eructações, flatulência , borborigmo (barulhos na barriga), dumping (mal-estar com alimentos açucarados), entalo, diarreia, queda de cabelo e dor abdominal. Quando o paciente segue as recomendações, dificilmente haverá sequelas.

Vantagens a destacar: excelente perda de peso; excelente taxa de melhora e até de resolução de doenças associadas a obesidade; redução na quantidade e/ou dose de medicamentos utilizados para controlar doenças relacionadas com a obesidade; na maioria das vezes alerta ao pacientes de que ele está cometendo erro alimentar, através de sintomas como o dumping quando ele comer mais açúcar (as vezes, mesmo pouco açúcar), flatulência ou diarreia no caso de exagero de gorduras.

Desvantagens a destacar: Podem haver alterações nutricionais principalmente se o paciente abandona o acompanhamento medico e nutricional especializado; aumento do risco de úlceras, mais relacionadas com uso de anti-inflamatórios sem o devido uso de proteção para o estômago. Isso pode requerer cirurgia de urgência, aumenta o risco de hérnia interna, que pode requerer cirurgia de urgência. O estômago que fica "sem função" tem acesso difícil por endoscopia digestiva, o que pode retardar diagnóstico de câncer de estômago em pacientes de maior risco para essa doença.




SLEEVE (GASTRECTOMIA VERTICAL)




É uma cirurgia que vem ganhando popularidade nos últimos anos no Brasil.

Em 2012, a Sociedade Americana de Cirurgia Bariátrica e Metabólica colocou o Sleeve como uma cirurgia intermediária (risco/beneficio) entre a Banda Gástrica (em desuso na maior parte do mundo) e o Bypass Gástrico. Mas deve-se ter em conta, que os resultados do CITO com o Sleeve são muito bons, talvez porque nossa equipe sugere (não impõe) o tipo de cirurgia que julgamos ser mais adequado para cada caso.

Funciona com os mesmos princípios do Bypass Gástrico: restrição temporária; diminuição de absorção em menor intensidade e "efeito hormonal" em menor intensidade que o Bypass Gástrico.

Os efeitos colaterais mais comuns são: refluxo gastresofágico, eructações, dor abdominal, queda de cabelo e sensação de empachamento.

Vantagens: Boa perda de peso quando bem indicado; menor chance de problemas nutricionais, apesar de também requerer uso de suplemento vitamínico e acompanhamento especializado; menor chance de alteração de absorção de alguns medicamentos; não existe chance de haver hérnias internas; o estômago e vias biliares permanecem com acesso normal para a endoscopia.

Desvantagens: Perda de peso insuficiente para grande obesidade, em muitos casos; Existem poucos estudos sobre o resultado de longo prazo; O paciente consegue tolerar mais erros alimentares; Também necessita de seguimento especializado para evitar reganho de peso e problemas nutricionais; Podem haver complicações de difícil resolução, que são infrequentes.

O grupo abandonou o uso de balão intra-gástrico e banda gástrica ajustável, em 2010, devido aos maus resultados obtidos ao longo de 6 anos de experiência.

Nossa sugestão sobre qual técnica usar, dependerá de dados obtidos na consulta de cada paciente, não é só o peso que importa para essa decisão. Mas em geral, sugerimos Sleeve para pessoas com IMC baixo ou caso tenha algum problema que não permita a realização do Bypass Gástrico.

O reganho de peso pode acontecer com qualquer técnica, mas na maioria das vezes decorre do abandono do acompanhamento especializado. Sobre esse ponto, a literatura médica sugere o Sleeve teria melhor resultado para pessoas com grau menor de obesidade (IMC menor que 40) * 13,23.

 

COMPLICAÇÕES

Os procedimentos médicos invasivos, desde a “simples” endoscopia a cirurgias complexas como os transplantes de orgãos têm suas complicações, sejam pequenas (como pequenas hemorragias nos pontos da pele) ou grandes (embolias, fistulas, ou a maior de todas que é o óbito). Portanto, a Cirurgia Bariátrica também é passível de complicações, por isso o cuidado das avaliações pré-operatórias, no trans-operatório e pós-operatório., para minimizar esta possibilidade.

 

COMPLICAÇÕES MAIORES:

  • Infecção
  • Hemorragias
  • Fístulas
  • Obstrução Intestinal
  • Embolia Pulmonar
  • Óbito


Cirurgia Robótica

CIRURGIA ROBOTICA cito

A cirurgia robótica existe há 30 anos no mundo, porém o maior avanço tecnológico nessa área veio com o desenvolvimento do robô Da Vinci S há 10 anos. A partir daí, vários centros médicos pelo mundo passaram a realizar cirurgias robóticas rotineiramente.

Em 2015, o Hospital Monte klinikum formou um grupo para realizar cirurgias robóticas em Fortaleza. Foram seguidos todos os passos exigidos pela empresa fabricante do robô para que um cirurgião do nosso grupo recebesse a certificação de cirurgião habilitado a executar cirurgias robóticas. Esse treinamento foi feito no Brasil e no exterior, e incluiu visitas a centros com grande experiência em cirurgia robótica, treinamento em simuladores, treinamento em animais, participação em congressos e realização de cirurgias sob supervisão. Toda essa exigência é no sentido de proporcionar o máximo de segurança para o paciente.

A cirurgia robótica permite movimentos amplos, delicados e mais precisos. Também proporciona visão tridimensional e conta com uma tecnologia de imagem fluorescente que permite o cirurgião identificar áreas especificas para maior precisão e segurança na cirurgia. Além disso, traz mais conforto para o paciente e para o cirurgião.. Usando o robô, o cirurgião tem maior controle da cirurgia.

O CITO participa do grupo de robótica e está sempre se atualizando em busca de proporcionar maior segurança e conforto para seus pacientes.



Vídeos





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Fontes:
13. Felsenreich, D.M. et al . Weight Loss, Weight Regain and Conversions to Roux-en-Y Gastric Bypass - 10-Year Results of Laparoscopic Sleeve Gastrectomy. Surgery for Obesity and Related Diseases article in press
23. Boza, Camilo, et al. "Long-term outcomes of laparoscopic sleeve gastrectomy as a primary bariatric procedure." Surgery for Obesity and Related Diseases 10.6 (2014): 1129-1133.